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Manual de Oslo
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ADMINISTRAÇÃO - INOVAÇÃO
 
126_Manual-de-Oslo-Finep.pdf
 
Em 1990 foi editada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a primeira edição do Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica, que tem o objetivo de orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de estatísticas e indicadores de pesquisa de P&D de países industrializados. No Brasil, a primeira tradução para o português foi produzida e divulgada pela FINEP em meio eletrônico, em 2004.
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estudo terminado em 02 abr. 2017
 
OBJETIVOS E ESCOPO DO MANUAL

O que é mensurável?
A inovação é um processo contínuo. As empresas realizam constantemente mudanças em produto e processo e buscam novos conhecimentos, e vale lembrar que é mais difícil medir um processo dinâmico do que uma atividade estática. Com o objetivo de apreender esse movimento, o Manual apresenta diretrizes para a coleta de dados sobre o processo geral de inovação (por exemplo, atividades de inovação, despesas e interações), a implementação de mudanças significativas na empresa (isto é, inovações), os fatores que influenciam as atividades de inovação e os resultados da inovação.
P.21

A empresa inovadora (definida no Capítulo 3) é aquela que introduziu uma inovação durante o período em análise. Essas inovações não precisam ter sido um sucesso comercial: muitas inovações fracassam.
p.24, item 47

4. Interações no processo de inovação 50 As atividades de inovação de uma empresa dependem parcialmente da variedade e da estrutura de suas relações com as fontes de informação, conhecimento, tecnologias, práticas e recursos humanos e financeiros. Cada interação conecta a firma inovadora com outros atores do sistema de inovação: laboratórios governamentais, universidades, departamentos de políticas, reguladores, competidores, fornecedores e consumidores. As pesquisas sobre inovação podem obter informação sobre a prevalência e a importância de diferentes tipos de interação e sobre os fatores que influenciam o uso de interações específicas.
p.27, item 50

Interações no processo de inovação

As atividades de inovação de uma empresa dependem parcialmente da variedade e da estrutura de suas relações com as fontes de informação, conhecimento, tecnologias, práticas e recursos humanos e financeiros. Cada interação conecta a firma inovadora com outros atores do sistema de inovação: laboratórios governamentais, universidades, departamentos de políticas, reguladores, competidores, fornecedores e consumidores. As pesquisas sobre inovação podem obter informação sobre a prevalência e a importância de diferentes tipos de interação e sobre os fatores que influenciam o uso de interações específicas.

Identificam-se três tipos de interações externas. As fontes de informação abertas oferecem informações de livre acesso, que não exigem qualquer pagamento sobre os direitos de propriedade tecnológica ou intelectual ou interação com a fonte.
P.27

Duas famílias básicas de indicadores de Ciência e Tecnologia (C&T) são diretamente relevantes para a mensuração da inovação: recursos direcionados à P&D e estatísticas de patentes. Além disso, indicadores bibliométricos e vários outros tipos de indicadores oferecem informações complementares, ainda que as informações não estejam disponíveis para o âmbito da empresa.
P.29

O gerenciamento do conhecimento compreende atividades relacionadas à apreensão, uso e compartilhamento do conhecimento pela organização. Essa é uma importante parte do processo de inovação. Diversas pesquisas sobre práticas de gerenciamento do conhecimento foram realizadas nos últimos anos. Elas abordam políticas e estratégias, liderança, apreensão de conhecimento, treinamentos e comunicações, assim como as razões para o uso das práticas de gerenciamento do conhecimento e os motivos por trás do desenvolvimento dessas práticas. Incluem-se também questões sobre o gerenciamento do conhecimento em pesquisas sobre inovação.
P.32

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TEORIAS DA INOVAÇÃO E NECESSIDADES DE MENSURAÇÃO

O trabalho de Joseph Schumpeter influenciou bastante as teorias da inovação. Seu argumento é de que o desenvolvimento econômico é conduzido pela inovação por meio de um processo dinâmico em que as novas tecnologias substituem as antigas, um processo por ele denominado “destruição criadora”. Segundo Schumpeter, inovações “radicais” engendram rupturas mais intensas, enquanto inovações “incrementais” dão continuidade ao processo de mudança. Schumpeter (1934) propôs uma lista de cinco tipos de inovação:
i) introdução de novos produtos;
ii) introdução de novos métodos de produção;
iii) abertura de novos mercados;
iv) desenvolvimento de novas fontes provedoras de matérias-primas e outros insumos;
v) criação de novas estruturas de mercado em uma indústria.
P.36

Mesmo para a informação disponível e aberta, encontrá-la pode ser um grande desafio, sobretudo quando buscar novas informações é custoso demais. Assim, a facilidade de comunicação, os canais efetivos de informação e a transmissão de experiências, dentro e entre as organizações, são muito importantes para a difusão.
P.40

... o conceito de inovação utilizado no Manual refere-se a mudanças caracterizadas pelos seguintes aspectos:

a) a inovação está associada à incerteza sobre os resultados das atividades inovadoras.
b) a inovação envolve investimento.
c) a inovação é o substrato dos transbordamentos. Os benefícios da inovação criadora são raramente apropriados por completo pela empresa inventora. As empresas que inovam por meio da adoção de uma inovação podem beneficiar-se dos transbordamentos de conhecimentos ou do uso da inovação original.
d) a inovação requer a utilização de conhecimento novo ou um novo uso ou combinação para o conhecimento existente.

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DEFINIÇÕES BÁSICAS

Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.
P.55

O requisito mínimo para se definir uma inovação é que o produto, o processo, o método de marketing ou organizacional sejam novos (ou significativamente melhorados) para a empresa. Isso inclui produtos, processos e métodos que as empresas são as pioneiras a desenvolver e aqueles que foram adotados de outras empresas ou organizações.
P.56

Diferenciam-se quatro tipos de inovação: de produto, de processo, de marketing e organizacional. P.57

As inovações de produto podem utilizar novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações para conhecimentos ou tecnologias existentes. O termo “produto” abrange tanto bens como serviços. As inovações de produto incluem a introdução de novos bens e serviços, e melhoramentos significativos nas características funcionais ou de uso dos bens e serviços existentes. P.57

Uma inovação de processo é a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares. P.58

As inovações de processo podem visar reduzir custos de produção ou de distribuição, melhorar a qualidade, ou ainda produzir ou distribuir produtos novos ou significativamente melhorados.p.58


Uma inovação organizacional é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas. P.61

A distinção entre as inovações de processo e as inovações organizacionais é talvez o caso de fronteira mais freqüente em pesquisas sobre inovação pois ambos os tipos de inovação procuram – entre outras coisas – reduzir custos por meio de conceitos novos e mais eficientes de produção, distribuição e organização interna. P.66

Uma empresa ativamente inovadora é aquela que realizou atividades de inovação durante o período de análise, incluindo as atividades em processo e abandonadas. Em outras palavras, empresas que tiveram atividades de inovação no período analisado, independentemente de sua atividade ter resultado na implementação de uma inovação, são empresas ativamente inovadoras.p.71

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INTERAÇÕES NO PROCESSO DE INOVAÇÃO

As atividades inovadoras de uma empresa dependem em parte da variedade e da estrutura de suas interações com as fontes de informação, conhecimentos, tecnologias, práticas e recursos humanos e financeiros. As interações atuam como fontes de conhecimento e de tecnologia para a atividade de inovação de uma empresa, abarcando desde fontes passivas de informação até fornecedores de conhecimento e de tecnologia de forma incorporada ou não, e parcerias cooperativas. P. 87


Tipos de interações

As fontes de informação abertas oferecem acesso a conhecimentos sem a necessidade de pagamento pelo conhecimento em si, embora seja possível haver remunerações marginais pelo acesso (filiação a associações de comércio, participação em conferências, assinaturas de jornais). As fontes de informação abertas não dão acesso ao conhecimento incorporado em máquinas ou equipamentos ou ao direito de uso do conhecimento protegido por patentes e outras formas de propriedade intelectual, embora o conhecimento relativo a uma patente possa ser acessado em bases de dados. Algumas fontes abertas, como a participação em feiras e exposições, podem oferecer acesso a alguns conhecimentos tácitos por meio de interações pessoais com outros participantes.p.90

Gestão do conhecimento

Pode-se considerar que os conhecimentos sobre os processos, produtos e mercados essenciais são aquilo que constitui uma empresa. As decisões sobre como usar e trocar os conhecimentos existentes e como obter novos conhecimentos são fundamentais para a operação das empresas. Assim, os sistemas adequados à gestão do conhecimento podem melhorar a competitividade e a capacidade inovadora.

A gestão do conhecimento envolve as atividades relativas à apreensão, ao uso e ao compartilhamento de conhecimentos pela organização. Ela envolve a gestão das interações externas e dos fluxos de conhecimento no interior da empresa, incluindo métodos e procedimentos de busca de conhecimento externo e o estabelecimento de relacionamentos mais estreitos com outras empresas (fornecedores, concorrentes), consumidores ou instituições de pesquisa. Além das práticas de obtenção de novos conhecimentos, a gestão do conhecimento envolve métodos para o compartilhamento . P.100 e o uso dos conhecimentos, incluindo a implantação de sistemas de valores para o compartilhamento do conhecimento e práticas para a codificação de rotinas.

São exemplos de práticas de gestão do conhecimento voltadas para a melhoria do fluxo interno e do uso das informações:
–as bases de dados sobre as “melhores práticas” dos trabalhadores;
–a educação regular ou os programas de treinamento;
–os grupos de trabalho formais e informais para promover a comunicação entre os trabalhadores e sua interação;
–as atividades de integração, que promovem a interação entre os empregados de diferentes áreas, por exemplo engenheiros e operários da produção.
P.101

Pesquisa e desenvolvimento experimental
A pesquisa e o desenvolvimento experimental (P&D) compreendem o trabalho criativo realizado de forma sistemática com o objetivo de aumentar o estoque de conhecimentos, incluindo os conhecimentos do homem, da cultura e da sociedade, e o uso desse estoque de conhecimentos para antever novas aplicações (como define o Manual Frascati). P.105
Classificam-se como P&D a construção e o teste de um protótipo se seu objetivo principal é a realização de novos melhoramentos. Essa é geralmente a fase mais importante do desenvolvimento experimental de uma inovação. Um protótipo é um modelo original (ou uma situação de teste) que inclui todas as características técnicas e as funções do novo produto ou processo. A aceitação de um protótipo significa freqüentemente o término da fase de desenvolvimento experimental e o início de uma nova fase do processo de inovação (as diretrizes adicionais podem ser encontradas abaixo e no Manual Frascati)..

Preparação de mercado para as inovações de produto

Preparação de mercado para as inovações de produto pode incluir uma pesquisa de mercado preliminar, testes de mercado e o lançamento de anúncios para bens ou serviços novos ou significativamente melhorados.

Treinamento
Treinamento é uma atividade de inovação de produto ou de processo quando ele é necessário para a implementação de uma inovação de produto ou de processo... p109

Preparações para as inovações organizacionais
A preparação para as inovações organizacionais inclui o desenvolvimento e o planejamento de novos métodos organizacionais e o trabalho envolvido na sua implementação. p110


Objetivos e efeitos das inovações

Objetivos e efeitos das inovações As empresas podem engajar-se nas atividades de inovação por inúmeras razões. Seus objetivos podem relacionar-se a produtos, mercados, eficiência, qualidade ou à capacidade de aprendizado e de implementação de mudanças. A identificação dos motivos das empresas para inovar e sua importância auxilia no exame das forças que conduzem a atividade de inovação, como a competição e as oportunidades de entrada em novos mercados. Os dados sobre os objetivos podem também fornecer informações adicionais sobre as características dos tipos de inovação.


As empresas podem ou não ser bem-sucedidas na realização de seus objetivos com a implementação de inovações, ou as inovações podem ter outros efeitos adicionais além dos que motivaram inicialmente a sua implementação. Ainda que os objetivos refiram-se aos motivos das empresas para a inovação, os efeitos dizem respeito aos resultados das inovações efetivamente observados. Os mesmos fatores podem atuar nos objetivos e efeitos das inovações, embora eles sejam interpretados de formas diferentes.

p122


Fatores relacionados aos objetivos e efeitos da inovação (+++tabela)
p.144

[abaixo itens de Inovaçõesde processo e Inovações organizacionais]

> Competição, demanda e mercados
Tempo reduzido de resposta às necessidades dos consumidores

> Produção e distribuição
Aumento da qualidade dos bens e serviços
Aumento da flexibilidade de produção ou provisão de serviços
Aumento da capacidade de produção ou de provisão de serviços
Redução dos custos unitários de produção
Redução do consumo de materiais e energia
Redução dos custos de concepção dos produtos
Redução dos tempos de produção
Obtenção dos padrões técnicos industriais
Redução dos custos operacionais para a provisão de serviços
Aumento da eficiência ou da velocidade do fornecimento e/ou distribuição de bens ou serviços
Melhoria das capacitações de TI

> Organização do local de trabalho
Melhoria da comunicação e da interação entre as diferentes atividades de negócios
Melhoria do compartilhamento e da transferência de conhecimentos com outras organizações
Melhoria da capacidade de adaptação às diferentes demandas dos clientes
Desenvolvimento de relações fortes com os consumidores
Melhoria das condições de trabalho

> Outros
Redução de impactos ambientais ou melhoria da saúde e da segurança
Execução de exigências regulatórias
p.144


Fatores que obstruem as atividades de inovação

Os fatores que dificultam as atividades de inovação (tabela)
[itens relacionados à Inovações de processo e Inovações organizacionais]

> Fatores relativos ao custo:
Riscos percebidos como excessivos
Custo muito elevado
Carência de financiamento interno
Carência de financiamento de outras fontes fora da empresa:
– capital de risco
– fontes públicas de financiamento

>Fatores relativos aos conhecimentos:
Potencial inovador (P&D, design, etc.) insuficiente
Carência de pessoal qualificado:
– no interior da empresa
– no mercado de trabalho
Carência de informações sobre tecnologia
Deficiências na disponibilização de serviços externos
Dificuldade de encontrar parceiros para cooperação em:
– desenvolvimento de produto ou processo
– parcerias em marketing
Inflexibilidades organizacionais no interior da empresa:
– atitude do pessoal com relação a mudanças
– atitude da gerência com relação a mudanças
– estrutura gerencial da empresa
Incapacidade de direcionar os funcionários para as atividades de inovação em virtude dos requisitos da produção

>Fatores institucionais:
Carência de infra-estrutura
Legislação, regulações, padrões, tributação